segunda-feira, 25 de junho de 2012

Código de Posturas: conscientização e educação devem ser prioridades


Leonardo Contursi (CMPA)
A Comissão Especial da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu, na noite da última terça-feira (19/06), o tema Posturas Municipais para Preservação do Meio Ambiente. Esta foi a 7ª reunião da comissão que está analisando e revisando o Código de Posturas da Capital. O painelista Marcelo Leal Markusons, Assessor Jurídico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), disse que o atual texto traz conflitos de norma ambiental. Defendeu uma legislação mais severa, principalmente em relação à penalização. Citou como exemplos a multa irrisória a quem infringe a proibição de pescar em parques. Informou que pelo código vigente é de 3,5 unidades financeiras municipais (UFMs). Observou que a punição para a colocação de outdoors é de 17,5 UFMs. Defendeu a educação ambiental como imprescindível, mas reforçou que a penalidade mais severa também faz parte da educação ambiental. Também defendeu que o alvará só seja expedido após o licenciamento ambiental como forma de evitar confusões. Informou que a principal demanda de reclamações à Smam tem sido de poluição sonora.

Premiação

Gustavo da Silva Santana, Procurador do Município de Alvorada e mestre em direito público e especialista em direito ambiental defendeu a sanção premial, que seria o reconhecimento e a premiação do Executivo às pessoas que cumprem a legislação, criando um constrangimento aos demais. “Seria uma placa institucional informando que aquela casa ou condomínio segue a legislação”, exemplificou. Também afirmou que o Executivo é obrigado a informar os cidadãos, e citou como exemplo as pessoas não sabem quanto representa cinco decibéis. Sugeriu que seja agregada ao novo texto uma linha de conduta que leve em consideração os princípios ambientais, tais como a prevenção e a participação. Destacou ainda a importância da educação ambiental mas ressaltou que a sociedade brasileira não tem a cultura de participar e reivindicar.

Educação

O engenheiro Darci Campani, representando a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental e a Ufrgs, observou que o atual código segue atual em vários pontos, mas que há a necessidade de atualização. Considera que um dos avanços que devem ocorrer é sobre o uso da água. Lembrou que muitas pessoas ainda lavam calçadas com água tratada. Também disse que é preciso ter mais agilidade para a aplicação da Lei. Acredita que, além da educação ambiental, é preciso conscientizar a população e caracterizar melhor o valor das multas.

O Engenheiro Marcelo Neubauer, Coordenador do Fala Porto Alegre 156, disse que o maior desafio atual é ampliar o plantão para recebimento de demandas. Informou que as principais queixas têm sido em relação à poluição sonora, sendo registradas cerca de 60 por mês. Acrescentou que também é difícil identificar a competência em alguns casos. Segundo ele, outro problema que vem gerando reclamações, são os depósitos de sucatas em vias públicas.

O próximo encontro está marcado para o dia 26 de junho, às 19h, para tratar do tema Penalidades no novo Código de Convivência e a Lei do Procedimento Administrativo. A série de debates começou no dia 24 de abril com a conferência do antropólogo Roberto DaMatta. O atual Código de Postura foi criado em 1975. O relatório prévio da Revisão do Código de Posturas e o texto final elaborado a partir dos debates da comissão especial deverão ser apreciados pelos vereadores no dia 3 de julho. Os debates das terças-feiras são abertos ao público e realizados na sala 301 (Comissões) do Palácio Aloísio Filho, sede da Câmara Municipal de Porto Alegre, sito a Avenida Loureiro da Silva, 255.

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