O representante legal dos bibliotecários concursados do município de
Porto Alegre, advogado Eduardo Carrion (foto), ocupou na última segunda-feira
(25/06) o período destinado à Tribuna Popular, durante a sessão ordinária da
Câmara Municipal da Capital, para falar sobre a importância do bibliotecário no mercado de
trabalho. Na ocasião, o vereador Toni Proença disse de sua luta pela aprovação
do Plano Municipal do Livro e da Leitura, e propôs a lotação de bibliotecários
nos Centros Administrativos Regionais (CARs) como forma de organizar a política
de mediação de leitura nas escolas infantis do município: “Nessa caminhada,
aprendi que talvez pudéssemos – foi uma das sugestões do Grupo de Trabalho –
ter bibliotecárias em todas as 17 regiões em que há a distribuição política do
Orçamento Participativo, para que pudessem organizar as creches comunitárias.
Que esta Casa possa fazer uma Moção de Apoio ao aproveitamento dos concursados
para que possam ser lotados nos Centros Administrativos Regionais para
organizar, sistematizar, e fazer a mediação de leitura nas creches
comunitárias”.
Durante sua manifestação, Carrion falou da prática, pelo Executivo
Municipal, de desvio de função nesta atividade. Citou casos considerados por
Carrion como “inusitados”. “Bibliotecários se afastam para participar de fóruns
e congressos e pessoas não especializadas assumem as bibliotecas nas escolas e
nas secretarias do município”, disse ele. Carrion falou ainda que uma auxiliar
de cozinha chegou a assumir a função de bibliotecária na Biblioteca Pública
Municipal Josué Guimarães. “Esta notícia, de tão grave, chegou a ser veiculada
na imprensa”. Carrion também comentou que, em março de 2009, foi realizado um
concurso público para preenchimento de 39 vagas de bibliotecários no município
de Porto Alegre. “Até o momento foram feitas seis convocações e somente quatro
nomeações, pois dois chegaram a desistir”, enfatizou Carrion. O bibliotecário
pediu a sensibilização dos vereadores em relação à situação. “Que iniciativas
sejam tomadas junto ao Executivo”, pediu ele.
A presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 10ª Região,
Angélica Conceição Dias Miranda, também usou a Tribuna para manifestar-se.
Falou que existem atualmente, no país, 41 cursos de biblioteconomia e que,
mesmo assim, na sua opinião, faltam profissionais. “No Estado temos só dois
cursos.” Ela disse ainda que os bibliotecários não querem que a profissão seja
exercida por leigos. “Somente queremos exercer nosso direitos que foram
regulamentados há 50 anos”.
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