Na tarde da última terça-feira (19/06),
moradores do Beco X, comunidade localizada no bairro Navegantes, denunciaram as
más condições em que vivem cerca de 280 famílias há quase dez anos. Falta de
saneamento básico, ausência de energia elétrica e sujeira generalizada foram as
principais reclamações relatadas na reunião da Comissão de Direitos Humanos, Defesa do
Consumidor e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal. De acordo com
Aparecido de Souza, habitante da região, a prefeitura deveria olhar com mais
cuidado e atenção para os moradores da localidade. “Sofremos em ver nossas
crianças correndo e brincando em cima do lixo e no meio dos ratos”, afirmou.
Segundo o engenheiro civil da Secretaria Municipal de Gestão e
Acompanhamento Estratégico (SMGAE) Sidnei Viapiana da Silva Junior, atualmente
a prefeitura não possui um projeto para solucionar a situação dos moradores,
pois segundo ele, há cerca de quatro anos houve uma segunda invasão de
moradores que impossibilitou a efetivação do projeto que pertencia ao PIEC –
Programa Integrado Entrada da Cidade que previa a construção de 160 unidades
habitacionais na região na época. “Com a nova invasão de moradores, o terreno
ficou completamente ocupado, sendo impossível construir novas casas para as 18
famílias que lá habitavam antes. Pelo menos, como elas estavam cadastradas, a
prefeitura conseguiu alojá-las em outra região”, explicou.
Para a representante do Departamento Municipal de Habitação (Demhab),
Bárbara Baumgarten, o Executivo não pode comprar o terreno, pois a área é
privada e se encontra em situação de litígio. “A prefeitura não pode se
comprometer devido a essa impossibilidade jurídica. Eu sugiro que os moradores
tentem ingressar no Programa Minha Casa, Minha Vida ou que montem uma
Cooperativa Habitacional para angariar fundos”, justificou.
Contrapartidas
Para o morador Amélio Araújo, a comunidade ainda não viu nenhuma ação
ou projeto sendo implementado pela construtora. “Não nos enxergam, não nos dão
nada. Mas se não dão casas, pelo menos que nos dêem os serviços básicos para
que a gente sobreviva”, clamou.
Serviços
Conforme o Departamento Municipal de Água e Esgoto, em 2007 foram
instalados dois hidrômetros para o consumo social dos moradores. “Há um gasto
mensal de quatro milhões de litros de água por mês na comunidade”, disse ao
reconhecer que o que falta mesmo é a rede de esgoto no local. Quanto à coleta
de lixo, representantes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana explicaram
que a coleta domiciliar é realizada terças, quintas e sábados e que na área
comum, o caminhão passa duas vezes ao dia. No entanto, pediram mais colaboração
dos moradores para que não coloquem lixo no chão.
Sobre a rede elétrica, Marcelo Paludo, da CEEE, argumentou que, como
não há regularização da área, é impossível implementar uma rede elétrica em
área privada e em situação de litígio. “O que podemos fazer é pedir permissão
da prefeitura para instalar uma rede de energia provisória até que haja um
projeto para reassentamento das famílias”, esclareceu.
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