A
comunidade do Loteamento do Bosque, bairro Rubem Berta, reivindica 61 casas para
famílias removidas há nove anos do Parque dos Maias. A Secretaria de Habitação,
Saneamento e Desenvolvimento Urbano do RS (Sehadur) construiu 241 casas quando
as 302 famílias foram reassentadas. A partir de 2005, a responsabilidade da área
passou a ser do Departamento Municipal de Habitação (Demhab). “Desde então, 61
famílias estão jogadas, sem ter para onde ir”, desabafou a moradora Beatriz
Prado durante a visita na última sexta-feira (02/12) do projeto Câmara na
Comunidade. Beatriz também contou que a comunidade sofre com esgotos cloacais
entupidos e acúmulo de lixo. “Esse problema de esgoto entupido faz uns três anos
que tá assim. Quando chove, transborda e alaga o pátio”. Moradores ainda
queixaram-se da ocupação de 104 famílias na área conquistada junto ao Orçamento
Participativo para a construção de um posto de saúde e de uma escola, e que está
prometido no Plano de Investimentos da Prefeitura desde 2008. A Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara deu um prazo até 2013
para eles saírem, durante uma audiência pública. “Até agora não temos nosso
posto, nem a escola. E a área ocupada não tem luz, água, nem rede de esgoto, o
que é mais um problema para nossa comunidade”, reclamou Rosane Brufatto, da
Associação dos Moradores do Bosque e Arredores (Asmoloba). “Mas não estamos
contra essas famílias, só queremos o que nos prometeram. E queremos que a Cuthab
diminua esse prazo”, completou. Rosane disse que os moradores precisam ir até a
Vila Ramos para serem atendidos pelo posto de saúde de lá. “Temos que ir às
17h30min do dia anterior para conseguir uma ficha. Às vezes, nem assim a gente
consegue”. É o caso da moradora Marisa Borges, de 66 anos. “Tenho um filho com
problema mental e nunca consigo ficha”, lamentou. Elaine Regina Krolop também
tem encaminhamento para psiquiatria e ginecologia e não consegue atendimento.
“Faz dois anos e nada, porque o posto não tem especialista”. A Mesa Diretora da Câmara vai solicitar à
Cuthab uma redução do prazo para a desocupação da área onde devem ser
construídos o posto de saúde e a escola.
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